ENCONTRO DE ESTUDO
EIXO 1 – LETRAMENTO LITERÁRIO
Na primeira terça-feira do mês de abril de 2017, dia 04, ocorreu o terceiro encontro do ano da equipe do PIBID - Eixo 1, Letramento Literário, na Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus Cornélio Procópio, dos bolsistas junto das supervisoras Ieda Maria Sorgi Pinhaz Elias e Paula Roberta Ribeiro Dantas, sob orientação da Professora Doutora Ana Paula Franco N. Brandileone.
Primeiramente, foram dadas as orientações da visita supervisionada que será realizada na próxima semana, na Escola Estadual Zulmira Marchesi e Escola Estadual Major João Carlos Freita, onde ocorrerão as futuras intervenções, a partir do dia 14 de agosto. Nesta visita às escolas deverão ser observados as modalidades de ensino de cada uma delas, aspectos corporativos, análise do ambiente escolar e características do alunado, por exemplo. Estas informações deverão ser coletadas a partir de um roteiro pré-estabelecido, a partir do qual será elaborado um relatório com o objetivo de identificar o contexto institucional, além da prévia ambientação dos bolsistas com os alunos e dos alunos com os bolsistas.
Num segundo momento, analisou-se o artigo “A mediação no ensino de literatura: os discursos oficiais e acadêmicos”, de Daniela Maria Segabinazi (2016), que propõe analisar o perfil do professor de literatura, sua função e lugar no exercício da docência e da mediação da leitura literária, baseando-se nos discursos oficiais - legislações e documentos que regem a educação brasileira (a autora trata especificamente dos PCNs [1998] e das OCEM [2006]) - e nos discursos acadêmicos. O assunto não é novidade, pois ensaio anteriormente discutido de Rildo Cosson (2013), “A formação do professor de literatura - uma reflexão interessada”, sinaliza para algumas discussões trazidas pela autora, como por exemplo, a relevância do professor de literatura ser leitor e educador; porém não perde sua relevância.
O ensaio, ao citar a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, aguçou a curiosidade a respeito da consolidação de um público leitor no país. De acordo com a pesquisa, em 2007 o professor influenciou o hábito de leitura para 33% dos entrevistados considerados leitores, em 2012, esta porcentagem foi de 45% das respostas e, em 2016, última edição do estudo, apenas 7% das respostas. Nesta última edição, nota-se uma diminuição considerável da figura do professor como responsável em influenciar o hábito de leitura em relação aos anos anteriores, estranhamento que se soma quando averiguada o número daqueles que responderam não ter sido influenciado por alguém especial, correspondendo a 67% dos entrevistados, além dos 83% considerados não leitores no mesmo cenário. Dessa forma, a pesquisa evidencia uma alarmante perda de protagonismo do professor como impulsionador da leitura.
Esta situação dialoga com a ideia da autora que centraliza no professor a responsabilidade pela efetivação do processo de formação de leitores. Mas, é questionável, pois exige uma análise mais abrangente de outras variáveis que o compõe, como o contexto institucional, a formação do professor e o próprio alunado, além das carências de realidade escolar: “[...] Em outras palavras, significa dizer que o professor é responsável por projetar e impulsionar no aluno uma formação literária que pode ser ou não satisfatória, ou seja, depende do comportamento docente, suas atitudes, procedimentos didáticos e indicações/orientações de leitura, a aproximação e o desejo, ou não, pela literatura" (2016, p.88).
Outro ponto priorizado na discussão foi a afirmação de que o professor " [...] acima de tudo precisa ser um leitor para ser um mediador que de fato realize intervenções no âmbito escolar "(SEGABINAZI, 2016, p. 85). Tal ponto de vista foi ponderado, pois exclui o conhecimento especializado que o professor de literatura precisa ter, vinculado aos fundamentos da teoria literária, os quais o instrumentalizam na leitura do texto literário. É óbvia a necessidade de um docente que tenha um amplo repertório de leitura, mas, afinal, para que o texto literário revele os seus sentidos, é fundamental o apoio teórico, no caso, da teoria literária, possibilitando ao aluno um coerente apoio na descoberta da literatura e sua linguagem.
Refletir sobre o papel do professor de literatura e seu comportamento é desafiante e exige muitos estudos. Mas, o que é possível identificar como positivo, é a atuação balanceada do profissional entre teoria e prática, como Segabinazi pondera: “Por fim, esse é o jogo ao qual o professor está submetido, ou seja, reconhecer uma formação mediada por um discurso oficial e acadêmico, mas que precisa também atender os saberes da experiência cotidiana da sala de aula” (2016, p.91).
Referências
INSITUTO PRÓ-LIVRO. Retratos da leitura no Brasil - 4ª edição. São Paulo: 2016. Disponível em: <http://prolivro.org.br/home/images/2016/PesquisaRetratosdaLeituranoBrasil2015.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2017.
SEGABINAZI, Daniela Maria. A mediação do professor no ensino de literatura: os discursos oficiais e acadêmicos. Terra Roxa e outras Terras, Londrina, vol. 31, p.82-93, dez.2016.
EIXO 1 – LETRAMENTO LITERÁRIO
Na primeira terça-feira do mês de abril de 2017, dia 04, ocorreu o terceiro encontro do ano da equipe do PIBID - Eixo 1, Letramento Literário, na Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus Cornélio Procópio, dos bolsistas junto das supervisoras Ieda Maria Sorgi Pinhaz Elias e Paula Roberta Ribeiro Dantas, sob orientação da Professora Doutora Ana Paula Franco N. Brandileone.
Primeiramente, foram dadas as orientações da visita supervisionada que será realizada na próxima semana, na Escola Estadual Zulmira Marchesi e Escola Estadual Major João Carlos Freita, onde ocorrerão as futuras intervenções, a partir do dia 14 de agosto. Nesta visita às escolas deverão ser observados as modalidades de ensino de cada uma delas, aspectos corporativos, análise do ambiente escolar e características do alunado, por exemplo. Estas informações deverão ser coletadas a partir de um roteiro pré-estabelecido, a partir do qual será elaborado um relatório com o objetivo de identificar o contexto institucional, além da prévia ambientação dos bolsistas com os alunos e dos alunos com os bolsistas.
Num segundo momento, analisou-se o artigo “A mediação no ensino de literatura: os discursos oficiais e acadêmicos”, de Daniela Maria Segabinazi (2016), que propõe analisar o perfil do professor de literatura, sua função e lugar no exercício da docência e da mediação da leitura literária, baseando-se nos discursos oficiais - legislações e documentos que regem a educação brasileira (a autora trata especificamente dos PCNs [1998] e das OCEM [2006]) - e nos discursos acadêmicos. O assunto não é novidade, pois ensaio anteriormente discutido de Rildo Cosson (2013), “A formação do professor de literatura - uma reflexão interessada”, sinaliza para algumas discussões trazidas pela autora, como por exemplo, a relevância do professor de literatura ser leitor e educador; porém não perde sua relevância.
O ensaio, ao citar a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, aguçou a curiosidade a respeito da consolidação de um público leitor no país. De acordo com a pesquisa, em 2007 o professor influenciou o hábito de leitura para 33% dos entrevistados considerados leitores, em 2012, esta porcentagem foi de 45% das respostas e, em 2016, última edição do estudo, apenas 7% das respostas. Nesta última edição, nota-se uma diminuição considerável da figura do professor como responsável em influenciar o hábito de leitura em relação aos anos anteriores, estranhamento que se soma quando averiguada o número daqueles que responderam não ter sido influenciado por alguém especial, correspondendo a 67% dos entrevistados, além dos 83% considerados não leitores no mesmo cenário. Dessa forma, a pesquisa evidencia uma alarmante perda de protagonismo do professor como impulsionador da leitura.
Esta situação dialoga com a ideia da autora que centraliza no professor a responsabilidade pela efetivação do processo de formação de leitores. Mas, é questionável, pois exige uma análise mais abrangente de outras variáveis que o compõe, como o contexto institucional, a formação do professor e o próprio alunado, além das carências de realidade escolar: “[...] Em outras palavras, significa dizer que o professor é responsável por projetar e impulsionar no aluno uma formação literária que pode ser ou não satisfatória, ou seja, depende do comportamento docente, suas atitudes, procedimentos didáticos e indicações/orientações de leitura, a aproximação e o desejo, ou não, pela literatura" (2016, p.88).
Outro ponto priorizado na discussão foi a afirmação de que o professor " [...] acima de tudo precisa ser um leitor para ser um mediador que de fato realize intervenções no âmbito escolar "(SEGABINAZI, 2016, p. 85). Tal ponto de vista foi ponderado, pois exclui o conhecimento especializado que o professor de literatura precisa ter, vinculado aos fundamentos da teoria literária, os quais o instrumentalizam na leitura do texto literário. É óbvia a necessidade de um docente que tenha um amplo repertório de leitura, mas, afinal, para que o texto literário revele os seus sentidos, é fundamental o apoio teórico, no caso, da teoria literária, possibilitando ao aluno um coerente apoio na descoberta da literatura e sua linguagem.
Refletir sobre o papel do professor de literatura e seu comportamento é desafiante e exige muitos estudos. Mas, o que é possível identificar como positivo, é a atuação balanceada do profissional entre teoria e prática, como Segabinazi pondera: “Por fim, esse é o jogo ao qual o professor está submetido, ou seja, reconhecer uma formação mediada por um discurso oficial e acadêmico, mas que precisa também atender os saberes da experiência cotidiana da sala de aula” (2016, p.91).
Referências
INSITUTO PRÓ-LIVRO. Retratos da leitura no Brasil - 4ª edição. São Paulo: 2016. Disponível em: <http://prolivro.org.br/home/images/2016/PesquisaRetratosdaLeituranoBrasil2015.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2017.
SEGABINAZI, Daniela Maria. A mediação do professor no ensino de literatura: os discursos oficiais e acadêmicos. Terra Roxa e outras Terras, Londrina, vol. 31, p.82-93, dez.2016.
Comentários
Postar um comentário