No dia 15 de abril iniciamos a intervenção na escola “Castro
Alves – EFMP” de Cornélio Procópio, sob a orientação da professora coordenadora
Eliana Merlin e da professora supervisora Juliana Ferreira Leite. A obra que
trabalharemos é “Deu no jornal” de Moacyr Scliar, com os contos “A ópera dos
camundongos” e “Namoro & Futebol”. O grupo de bolsistas é composto por: Juliana
Helena, Luciene, Rayara, Rejane, Roberta e Rosineide; e foi dividido para
desenvolvermos as sequências básicas todas as segundas e quartas- feiras.
Primeiro dia de intervenção |
A segunda feira do dia 15 amanheceu com névoa, na estrada
tinha uma densa neblina e garoava um pouco quando chegamos a escola. Devido a
esse tempo, poucos alunos compareceram à
sala de apoio da professora Juliana Ferreira. Iniciamos com 4 alunos, Amanda,
Rafaela, Bruno e Jonathan. Depois, chegaram mais 2 alunos, o Alan e o
Jeferson.
Os alunos são
esforçados, os 4 alunos que vieram desde manhã têm características bem
distintas. A Amanda é mais extrovertida, expõe a sua opinião, faz comentários
e questionamentos; a Rafaela já é mais tímida, lê em voz baixa, mas se esforça
para melhorar porque pediu para ler baixinho para treinar antes de ler em voz
alta para todos. Ela se empolgou tanto que depois não queria mais parar de ler (claro
que ela necessita de mais treino, mas temos que conservar essa vontade de conseguir
superar dificuldades que ela irradia). O Bruno também é bem tímido, lê em voz
baixa também, mas articula bem as respostas e perguntas a ele dirigidas. O
Jonathan é um aluno bem aplicado, tem carinha de nerd (tudo bem, ele usa
óculos, já pensou em quantas magias ele pode ver com esse acessório, segundo o
conto de Scliar “Os óculos mágicos”?) e colabora bastante argumenta opiniões,
descreve situações parecidas das quais relatamos.
Bem... e os dorminhocos
que chegaram mais tarde? Na verdade, o Alan teve que faltar ao trabalho para
poder ir assistir às aulas de apoio e por isso chegou tarde, e o nosso
intempestivo Jeferson já estava na escola conversando com um colega. Segundo ele
mesmo afirmou, apenas não tinha entrado na sala de apoio.
O editorial que escolhemos para trabalhar com os alunos
nesse dia foi retirado da Folha de Londrina do dia 03 de abril de 2013, página
2. O tema foi: ”Jovens na criminalidade” e com subtítulo de: “Promover ações
preventivas contra o uso de drogas são fundamentais para diminuir a
participação de jovens na criminalidade”. O editorial foi recortado e montado
em uma folha A4 e foi necessário sair da escola para tirar cópias, pois a
máquina de xerox da escola estava quebrada, perto há uma loja de uma porta que
tira xerox, no entanto nesse dia a máquina da loja também estava quebrada e foi
necessário se deslocar até o sinal de semáforo a umas 5 quadras da escola e
tirar as cópias em uma papelaria. Enquanto isso a Rayara Juntamente com a Juliana
Helena, a Rosineide e a professora Juliana questionavam aos alunos quantos já
tinham tido o contato, lido, ou folheado um jornal. A maioria respondeu que
raramente olham ou folheiam um jornal.
Rayara apresentando as partes que compõe um jornal |
A Rayara iniciou a motivação explicando sobre o jornal. Foram distribuídos exemplares da Folha de Londrina para cada um
dos alunos e mostrados a eles cada parte que compõem um jornal, classificados,
esporte. A Rayara fez vários questionamentos sobre o uso do jornal, sua
importância e depois explicou onde e como identificar um editorial, como ele
é, e do que ele trata. A Rosineide explicou como saber que o editorial é um
texto dissertativo argumentativo, ela explanou como foi a argumentação que o
editor utilizou para trabalhar a opinião do jornal. A Juliana Helena registrou
as atividades com fotos e ajudou nas explicações individuais de cada aluno.
Com o material do editorial entregue aos alunos propomos a
leitura oral e cada aluno leu um pedaço da notícia. O tema por ser algo próximo
aos alunos foi bem comentado, todos tinham algo ou conheciam alguém envolvido
em drogas e sabiam das leis que protegem o menor e porque eles são os alvos
para a propagação de vendas de drogas. Segundo a aluna Rafaela, comentou “Eles
preferem os de menores porque sabem que não acontece nada com eles, porque não
podem ser presos”. A aluna Amanda
comentou que roubaram a bicicleta do pai dela, que ele usava para ir trabalhar
e que eles sabem que foi o vizinho porque este depois confessou para o pai dela
que vendeu a bicicleta para poder comprar drogas.
Ainda a respeito do tema do editorial e segundo consta na
publicação da Folha de Londrina o “desajustamento familiar é um dos motivos
mais apontados, pois acaba gerando costumes inadequados e distorção de valores.
Daí à delinquência é um passo.”(Folha de Londrina 03/04/13 pag.02).
Questionamos os alunos a citarem ideias ou exemplos de que tipo de programa o
governo poderia fazer para envolver as crianças para não ficarem na rua à mercê
dos traficantes, citamos como um exemplo as salas de apoio que ficam dentro das
escolas e a resposta quase unânime fora a do Alan que tem um interesse mais
artístico e gosta de desenhar e por isso sugeriu uma oficina de desenhos, é que
deveriam criar projetos esportivos que envolvam atividades com o futebol (é
estamos no Brasil, país do futebol...até as meninas querem jogar futebol, será
que teremos que trabalhar com o conto: “Namoro & Futebol”? )
As cópias do editorial foram fixadas no caderno de cada
aluno e depois pedimos para que eles procurassem no jornal alguma notícia
similar ao tema do editorial, todos com êxito acharam notícias parecidas a
apresentada por nós e depois recortaram e colaram em seus respectivos cadernos.
Nos minutos finais de aula as meninas, a Amanda e a Rafaela
saíram para ir ao banheiro e os meninos ficaram para tirarmos uma foto juntos,
o Jeferson não quis sair na foto e a princípio o Alan se escondeu atrás das
folhas do jornal, mas depois contribuiu para a nossa primeira intervenção na
escola, posando ao lado da professora Juliana Ferreira.
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