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Encontro de estudos 13/05


Supervisoras e pibidianos


No dia 13 de maio de 2015, às 14h, no Centro de Letras-Comunicação e Artes, da UENP, Campus de Cornélio Procópio, foi realizado mais um encontro do PIBID Português/Literatura, Eixo Letramento Literário. O encontro foi dirigido pelas professoras supervisoras do Eixo 1: Inês Cardin Bressan e Ieda Maria Sorgi Pinhaz Elias, no qual foi apreciado o texto “O direito à Literatura” (1995), de Antonio Candido.
O texto foi discutido seguindo as divisões feitas por Antonio Candido em seu ensaio. No primeiro tópico o autor faz menção aos “Direitos humanos e Literatura”, abordando questões relevantes sobre os direitos que são indispensáveis ao ser humano.
No segundo tópico Candido faz algumas comparações pertinentes entre bens compressíveis e incompressíveis, questão que foi bastante discutida e enriquecida através do debate, pois a Literatura é classificada como um bem incompressível devido à necessidade relativa que temos dela.
No terceiro tópico, foi discutida a necessidade que o ser humano tem de literatura e a maneira como a mesma é capaz de atuar na formação de um indivíduo.
A partir do tópico 4, no qual Antonio Candido explica as três faces da literatura, foi debatida a forma como a literatura tem a capacidade de organizar nossos pensamentos, pois, ao entrar em contato com um texto literário, no qual a forma e o conteúdo estão bem vinculados, o leitor adquire uma sensibilidade diferenciada para organizar seus pensamentos. Nas palavras de Candido: “Se fosse possível abstrair o sentido e pensar nas palavras como tijolos em construção, eu diria que esses tijolos representam um modo de organizar a matéria, e que enquanto organização eles exercem papel ordenador sobre nossa mente” (CANDIDO, 1995, p.177).
No quinto tópico, no qual Candido explora a literatura face às iniquidades sociais, o autor cita vários exemplos de escritores que utilizaram a literatura para denunciar as desigualdades sociais entre os homens. Foi amplamente discutida neste tópico a forma como a literatura é usada para nos alertar sobre as dificuldades vividas por outras pessoas, pois é por meio da literatura que entramos em contato com culturas diferentes e é por ela que podemos nos colocar no lugar do outro e nos sensibilizar com seu sofrimento. A propósito, discutimos, também, sobre o conto que já havíamos debatido em outro encontro, “Debaixo da ponte preta”, de Dalton Trevisan, analisando sobre o modo com que este conto foi capaz de nos fazer pensar sobre várias questões pertinentes da sociedade como: impunidade, preconceito e a forma como a mulher é vista na sociedade, etc.
Nos tópicos seis e sete, Candido retoma o que tratou no texto ressaltando a importância da literatura como um bem da humanidade e, por isso, um direito de todos. Discutiu-se sobre a importância da literatura como bem incompressível, a forma como ela deve ser vista atualmente, as maneiras pelas quais seria possível que todos entrassem em contato com leituras que pudessem ampliar suas visões de mundo e qual a maior dificuldade que enfrentamos hoje em dia, em nosso país, para que a literatura e a cultura, considerada erudita, sejam acessíveis a um número maior de pessoas.
pibidianos debatendo o texto

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