Pular para o conteúdo principal

Encontro de Estudo 15/07

Supervisoras e pibidianos


No dia 15 de julho de 2015, às 14h, no Centro de Letras Comunicação e Artes, da UENP, Campus de Cornélio Procópio, foi realizado mais um encontro do PIBID Português/Literatura, Eixo Letramento Literário.  Este encontro foi dirigido pelas professoras supervisoras do Eixo 1: Inês Cardin Bressan e Ieda Maria Sorgi Pinhaz Elias, no qual foi amplamente discutida a primeira parte do livro “Letramento Literário - teoria e prática”, de Rildo Cosson.
Cosson inicia este livro contando a fábula de um imperador chinês que, em idade avançada, deveria escolher um sucessor para o seu trono. Assim, escolheu dois de seus filhos e um servo para que aprendessem todas as artes de governar com o chinês mais sábio de seu reino. Porém, o primeiro sábio e os seguintes, escolhidos para realizar a tarefa, se recusaram a executar o pedido alegando que teriam que ensinar para a arrogância, a indiferença e a ignorância juntas, e que estas eram as inimigas mais poderosas de qualquer educador. Esta fábula deu início as discussões de nosso encontro, no qual falamos sobre como a arrogância, a indiferença e a ignorância estão presentes no dia a dia das escolas atualmente e como é difícil para o professora lidar com essas situações.
Foi debatido, também, sobre os tipos de linguagem que utilizamos para nos expressar, encaixando em uma dessas linguagens, a leitura e a escrita. Rildo mostra que a prática literária faz com que incorporemos em nós identidades de outros sem renunciar a nossa própria; usando a linguagem para ser o outro, romper os limites do espaço e do tempo de nossa experiência e ainda sermos nós mesmos, e por esta razão, ele destaca que a leitura nunca é um ato solitário e sim solidário. Outro ponto discutido, foi sobre o papel humanizador da literatura e como a literatura deveria ser tratada no ambiente escolar.
Também falamos sobre os equívocos que surgem com relação à leitura literária na sala de aula. Como ressaltado por Cosson, no ambiente escolar a leitura literária, sem mediação, não é suficiente para que ocorra um letramento, mas geralmente é isto que se faz nas escolas. Uma das questões levantadas neste ponto do texto, foi a falta de tempo que os professores tem para falar sobre literatura em sala de aula, e a dificuldade de trazer obras literárias, como os cânones, para o trabalho de letramento na escola.
Discutimos ainda, a necessidade de trabalhar adequadamente, com textos literários em sala de aula. Alguns pibidianos compartilharam suas experiências positivas e negativas, da época em que eram alunos de ensino fundamental e médio, sobre o trabalho de professores com letramento em sala de aula.
Por fim, falamos sobre as três etapas do processo de leitura que guiam a proposta de letramento literário, feita por Rildo Cosson. A antecipação, que são as várias operações que o leitor executa antes de se aprofundar em um texto, a decifração, que é a entrada no texto através das letras e das palavras, e a interpretação, a criação do sentido do texto que deve sempre dialogar com o leitor, o autor e a comunidade.
A seguir, algumas imagens deste encontro: 







Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha do livro O barbeiro e o judeu da prestação contra o sargento da motocicleta

Resenha     SANTOS, Joel Rufino dos.   O barbeiro e o judeu da prestação contra o sargento da motocicleta . São Paulo: Editora Moderna, 2007 .   Por: Márcia Picoli     O livro O Barbeiro e o Judeu da prestação contra o Sargento da motocicleta, do historiador e escritor Joel Rufino dos Santos, é uma novela dividida em 15 capítulos curtos, ambientada num morro da cidade do Rio de Janeiro. Uma trama que envolve um babeiro, um sargento de polícia, um judeu negociante, uma mulher disputada por dois homens e um embrulho de jornal. Novela que envolve a pós Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) e a Era Vargas (1937 – 1945). Foi uma época na qual pessoas, esperançosas na paz mundial, acreditavam que poderiam, a partir daquele momento crucial, viver sem sofrimento. Contudo, o nazismo fora derrotado, a ditadura no Brasil chegara ao fim, e mesmo com todas as mudanças sociais e políticas ocorridas no mundo pós-guerra, as pessoas continuaram a sofrer pelas mesmas razõe

Resenha do livro VENDEM-SE UNICÓRNIOS

INDIGO. Vendem-se unicórnios. Ilustrado por Leo Gibran. São Paulo: Ática, 2009. Por: Letícia Thayná Barboza A obra Vendem-se Unicórnios foi escrita em 2008 e tem como autora Ana Cristina Araújo Ayer de Oliveira, que usa o pseudônimo Índigo. Ela nasceu em 1971, em Campinas e, em 1998, começou a publicar seus contos na internet. Além dessa obra, a autora também escreveu várias outras, tais como: Saga animal , Férias Merecidas e Casal Verde . O livro aborda um tema polêmico, o consumismo. É uma obra muito interessante e de fácil entendimento, pois ao longo da história vai apresentando flashbacks que vão esclarecendo as situações ao leitor. A obra relata a história da jovem Jaqueline que, para deixar de ser invisível aos olhos dos seus colegas de escola, se deixa levar por uma nova amiga, Priscila França, que lhe apresenta uma maneira irresponsável de usar o cartão de crédito. Jaqueline se deixa levar pelo deslumbramento das compras e pela atenção que está recebend

Resenha da obra No meio da noite escura tem um pé de maravilha: contos folclóricos de amor e aventura

Resenha   AZEVEDO, Ricardo. No meio da noite escura tem um pé de maravilha: contos folclóricos de amor e aventura. 10. Reimpressão. São Paulo: Ática, 2008.     Por: Delba Tenorio Lima Patriota Villela   O escritor e desenhista paulistano Ricardo Azevedo refere-se à sua obra No meio da noite escura tem um pé de maravilhas , como “uma coletânea de contos muito antigos, criados e guardados na memória do povo, que vêm sendo contados de boca em boca desde que os portugueses chegaram ao Brasil e até antes, pois os índios também contavam e ainda contam belas histórias”. (2008, p. 118). Neste trabalho, Azevedo entrega aos leitores uma seleção de “causos” ameaçados pelo esquecimento, os quais o autor intenta preservá-los através da escrita, pois teme pelo seu desaparecimento. São dez contos que, a partir de uma linguagem simples e coloquial, estreitam relações com o leitor, ao mesmo tempo em que tentam buscar, na memória coletiva, fatos que os aproximam. Como escrev