Neste dia o encontro foi conduzido
pelas professoras supervisoras Inês e Ieda. Foi realizada a discussão do
capítulo 2 da obra "Letramento literário", de Rildo Cosson. Este
capítulo, intitulado "As práticas", contempla os subtítulos: Estratégias
para o ensino da literatura: a sistematização necessária; A sequência básica; A
sequência expandida; e Avaliação.
A discussão se deteve aos dois primeiros
subtítulos, especificamente nas estratégias para o ensino de literatura e na
sequência básica. Neles, o autor compara as experiências do ensino de literatura
na cidade de Pelotas (RS) e da Finlândia. Guardadas as diferenças
de contexto, ele observou que elas acontecem de forma muito parecidas, pois os
professores buscam comprovar a leitura e em seguida ampliá-la.
O autor se vale de Halliday para abordar
sobre o saber literário. Ele afirma que a literatura é uma linguagem que
compreende três tipos de aprendizagem
- a aprendizagem da literatura:
experienciar o mundo por meio da palavra;
- a aprendizagem sobre a literatura:
envolve conhecimento de história, teoria e crítica;
- a aprendizagem por meio da literatura:
saberes e habilidades que a prática da literatura proporciona.
Cosson defende que o ensino da
literatura deve ter como centro a experiência do
literário para construir uma comunidade de leitores “[...]
é necessário que o ensino da Literatura efetive um movimento contínuo de
leitura, partindo do conhecido para o desconhecido, do simples para o complexo,
do semelhante para o diferente, com o objetivo de ampliar e consolidar o
repertório cultural do aluno” (COSSON, p. 47-48, 2006).
Discutimos a sequência básica do
letramento literário proposta pelo autor, que é constituída por quatro passos:
motivação, introdução, leitura e interpretação.
A motivação busca preparar o aluno para
a leitura do texto. O elemento principal é o tema do texto a ser trabalhado e a
duração costuma ser de uma aula. Já a introdução é a apresentação do autor e da
obra, são passadas informações básicas sobre o autor, ligadas ao texto a ser
lido e é mostrada a importância dessa obra justificando a escolha. Na apresentação
física da obra são explorados os elementos paratextuais (leitura coletiva do
objeto livro), e é feito um levantamento de hipóteses sobre a leitura feita
(orelha, capa, contracapa, prefácio) e justificativa da primeira impressão, com
duração de uma aula.
Na etapa de leitura é necessário o
acompanhamento sem policiamento, a fim de auxiliar os alunos em suas
dificuldades. A aplicação de intervalos (no máximo três) é feita de acordo com
o tamanho da obra, para apresentação dos resultados das leituras dos alunos. As
atividades realizadas nos intervalos são destinadas a perceber dificuldades de leitura
(vocabulário, estrutura composicional, interação com o texto, ritmo de
leitura). A duração é definida de acordo com o período necessário para a
realização da leitura
A última etapa é a da interpretação,
que busca a construção do sentido do texto, ou seja, construir o sentido do
texto, por meio de inferências: partindo do entretecimento dos enunciados, que
constituem as inferências, para chegar à construção do sentido do texto. A
interpretação no letramento literário é pensada em dois momentos: um interior e
outro exterior. Em seguida, é feito o compartilhamento das interpretações dos
alunos, buscando a reflexão e a externalização das interpretações. Por último, é
realizado o registro das interpretações: desenho, música, resenha,
performances, diário anônimo, colagens, maquetes, júri simulado, feira do
livro, produção literária. A duração, sem ter um prazo especifico, deve ser
suficiente para o término desta etapa.
A discussão da sequência expandida será
realizada no nosso próximo encontro.
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