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Encontro do dia 22/07/15

      
        Neste dia o encontro foi conduzido pelas professoras supervisoras Inês e Ieda. Foi realizada a discussão do capítulo 2 da obra "Letramento literário", de Rildo Cosson. Este capítulo, intitulado "As práticas", contempla os subtítulos: Estratégias para o ensino da literatura: a sistematização necessária; A sequência básica; A sequência expandida; e Avaliação. 
          A discussão se deteve aos dois primeiros subtítulos, especificamente nas estratégias para o ensino de literatura e na sequência básica. Neles, o autor compara as experiências do ensino de literatura  na cidade de Pelotas (RS) e da Finlândia. Guardadas as diferenças de contexto, ele observou que elas acontecem de forma muito parecidas, pois os professores buscam comprovar a leitura e em seguida ampliá-la.
        O autor se vale de Halliday para abordar sobre o saber literário. Ele afirma que a literatura é uma linguagem que compreende três tipos de aprendizagem 
—  - a aprendizagem da literatura: experienciar o mundo por meio da palavra;
—  - a aprendizagem sobre a literatura: envolve conhecimento de história, teoria e crítica;
—  - a aprendizagem por meio da literatura: saberes e habilidades que a prática da literatura proporciona.
Cosson defende que o ensino da literatura deve ter como centro a experiência do literário para construir uma comunidade  de leitores “[...] é necessário que o ensino da Literatura efetive um movimento contínuo de leitura, partindo do conhecido para o desconhecido, do simples para o complexo, do semelhante para o diferente, com o objetivo de ampliar e consolidar o repertório cultural do aluno” (COSSON, p. 47-48, 2006).
Discutimos a sequência básica do letramento literário proposta pelo autor, que é constituída por quatro passos: motivação, introdução, leitura e interpretação.
A motivação busca preparar o aluno para a leitura do texto. O elemento principal é o tema do texto a ser trabalhado e a duração costuma ser de uma aula. Já a introdução é a apresentação do autor e da obra, são passadas informações básicas sobre o autor, ligadas ao texto a ser lido e é mostrada a importância dessa obra justificando a escolha. Na apresentação física da obra são explorados os elementos paratextuais (leitura coletiva do objeto livro), e é feito um levantamento de hipóteses sobre a leitura feita (orelha, capa, contracapa, prefácio) e justificativa da primeira impressão, com duração de uma aula.
Na etapa de leitura é necessário o acompanhamento sem policiamento, a fim de auxiliar os alunos em suas dificuldades. A aplicação de intervalos (no máximo três) é feita de acordo com o tamanho da obra, para apresentação dos resultados das leituras dos alunos. As atividades realizadas nos intervalos são  destinadas a perceber dificuldades de leitura (vocabulário, estrutura composicional, interação com o texto, ritmo de leitura). A duração é definida de acordo com o período necessário para a realização da leitura
A última etapa é a da interpretação, que busca a construção do sentido do texto, ou seja, construir o sentido do texto, por meio de inferências: partindo do entretecimento dos enunciados, que constituem as inferências, para chegar à construção do sentido do texto. A interpretação no letramento literário é pensada em dois momentos: um interior e outro exterior. Em seguida,  é feito o compartilhamento das interpretações dos alunos, buscando a reflexão e a externalização das interpretações. Por último, é realizado o registro das interpretações: desenho, música, resenha, performances, diário anônimo, colagens, maquetes, júri simulado, feira do livro, produção literária. A duração, sem ter um prazo especifico, deve ser suficiente para o término desta etapa.
A discussão da sequência expandida será realizada no nosso próximo encontro.




  

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