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ENCONTRO DE ESTUDO EIXO 1 – LETRAMENTO LITERÁRIO

Na terça-feira, dia vinte e três de maio de 2017, ocorreu mais um encontro de estudos do grupo do PIBID, Eixo 1- “Letramento literário”, mediado pela Profa. Dra. Ana Paula Franco N. Brandileone, com a presença das professoras supervisoras Ieda Maria Sorgi P. Elias e Paula Roberta Ribeiro Dantas, na Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus de Cornélio Procópio.
Neste dia, a profa. Ana Paula retomou o texto da semana anterior, Necessidade de Metodologia”, de Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar (1993), a fim de articular com a discussões de Rildo Cosson (2007), Letramento literário: teoria e prática, as quais nortearão a elaboração do material didático, que será implementado nas escolas Zulmira Marchesi e Major.
Discutiu-se, com base no primeiro texto, a forma como a literatura vem sendo trabalhada em sala de aula, como ela é importante para a formação e emancipação do indivíduo e o que falta para melhor compreendê-la. Dentre os equívocos notórios na prática da leitura literária em sala de aula está o fato de os docentes utilizarem os textos literários como pretexto para o ensino da língua portuguesa. Discutiu-se, também, que existe um despreparo do professor para lidar com o texto literário em sala de aula o que leva, consequentemente, ao apagamento do ensino da literatura na escola, sobretudo por conta da valorização do ensino dos gêneros textuais.
Contudo, segundo o debate apresentado no encontro, é preciso modificar este estado de coisas, pois a literatura tem o poder formador e de transformação, ampliando, assim, o sentido e a visão do mundo do indivíduo. Dessa forma, é preciso adotar uma (nova) prática metodológica para o ensino da literatura, a fim de escolarizar, mas de maneira adequada. No que se refere ao poder educativo do texto literário Candido afirma: “Seja como for, a sua função educativa é muito mais complexa do que pressupõe um ponto de vista estritamente pedagógico [...] A literatura pode formar, mas não segundo a pedagogia oficial, que costuma vê-la ideologicamente como um veículo de tríade famosa [...]” (CANDIDO, 2002, p. 83).
Nesse contexto, deu-se introdução ao estudo do livro de Cosson, Letramento Literário, do qual discutiu-se, dentre outros aspectos, a importância do professor possuir metas bastante definidas para orientar as expectativas educativas. Também foram apresentadas algumas etapas da sequência básica, a motivação e a introdução.
A motivação é o primeiro passo da sequência, o qual tem por objetivo entrar no universo da obra, a fim de motivar os alunos a ler, criando expectativas sobre a obra e, consequentemente, estimulando a leitura da obra sugerida. Já a introdução propõe apresentar a obra sem, entretanto, eliminar o prazer da descoberta do livro. A proposta desta etapa é levar o aluno a levantar hipóteses. Para tanto, faz-se necessário a exploração do livro, como a capa, orelha, contracapa, etc., pois nada está ali por acaso, é preciso buscar e entender o seu significado.

Referências

BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Necessidade de metodologia. In: A formação do leitor: Alternativas metodológicas. 2.ed. Porto Alegre: 1993. p.32-43
CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem. In: Vinícius Dantas (org). Textos de intervenção. 34.ed. São Paulo: 2002. p.77-92.
COSSON, Rildo. A sequência básica. In: Letramento Literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2007. p.51-115.











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